quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Rosto lavado.

Olhei me no espelho e me vi de rosto lavado percebi meus olhos meio a avermelhados senti ainda uma lágrima lavando minha face;nunca compreendi porque o choro e tão companheiro e mesmo que eu não chame ele já esta em minha face e vejo o rosto lavado;odeio não durar pílulas, ficar sem recato percebo meus desejos me invadindo inteira e quando não alcanço o que almejo enlouqueço e nessa hora o rosto é lavado por lagrimas salgadas que trazem dores da alma dores que cortam e ferem o corpo como lamina fina ,as vezes descostura minha pele me arranha a carne e me faz sangrar as dores escondidas no fundo mofado das minhas gavetas vividas, encontram os amores vividos os amores escondidos os escaninhos estão abarrotados de lembranças, talvez dormindo o sono mofado dos cogumelos ,me vejo limpa! depois do choro pareço estar com pneumonia dói me o pulmão dói me o corpo e vem o resfriado congelante dos dias sozinha em que sempre me encontro...
Ando pela casa mesmo tão tarde; os pés descalços sentem o frio do piso e a pele pede agasalho pois pela fresta entra uma brisa tão fria ,pego um copo encho d’água e tomo na tentativa de congelar também o intimo ,volto pra cama fria onde só há marcas de um corpo; sinto novamente que meu rosto será lavado pelo choro que a solidão não suporta , olho novamente o espelho que parece condenar me olhos fixo num vazio abismal que me fere ,não me reconheço no espelho onde uma das minhas faces de cigana se esconde a cigana solta a que vive intensamente tudo a que sove e absorve tudo. Só percebo a face da cigana atada, da que vive presa, nos reflexo do espelho com o rosto lavado sem maquiar a pele sem esconder seus enigmas a que não tem encantos a que vive só no para peito do mundo ou quem sabe cigana mente nômade, acho mesmo que a deriva sem rumo sem direção sozinha no quarto se olhando e sem se reconhecer no espelho porque tem agora o rosto lavado...

Por Paula Staackcs

Nenhum comentário:

Postar um comentário