quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aprendizado

É muito bonito a poesia, ela caminha pelo cotidiano de modo sensorial, forte, táctil, engravidando a massa, despojada como quem se despe, de roupa supérfluas, cheia de odores,luzes, opacidades gestos timidamente ternos: poesia é arrumar o cotidiano com a alegria feroz , com as mãos prontas para recolher os pedaços esparsos da noite e encher as cantoras com agua fresca . um cotidiano que busca e pede café... há tanto que sorve que tocar que sentir que rearrumar, através de imagens velozes entrando por nossas janelas escancaradas é a sensaboria das segundas feiras “recomeço” se tudo é para cidade é também compreensão mais nos fazer humano é um aprendizado miúdo, de todos os dias sem nos distanciar de nossos uivos de nossos passos e nossos estranhamentos...
Leio me com paixão e espanto acompanho também a outra a que teme os espelhos em que se olhou a que se tateia e não se reconhece por baixo de sua pele a cigana solta e colorida que não decifra seu próprio enigma e que quer avidamente sorve e absorve o mundo. Como ela perfaz a sua poética do espaço é bonito: não cabe em nossos armários abarrotados a maneira como fala de nossos escaninhos secretos... a casa de minhas caixas e cofres de minhas magoadas estrelas ou dos caminhos buscados as vezes aprisionastes do onírico pois tão fugidas as minhas gavetas estão cheias de fios de noites cerzidas melhor arrancar de mim como erva daninha que me descostura e que mim faz prisioneira de miragens.
E busca encontra com olhar onde guardei meus velhos desejos ? devem estar dormindo em algum armário o sono mofado dos cogumelos ou como se pergunta sobre a magia a alquimia a louca geometria de as gavetas da poeta ( ou poemas especialmente belo)
É a expectativa de que a ruptura aconteça,como o dia tão colados um no outro que é como chuva no vidro,e desenterra constelações.
E a poesia segue...

Por PAULA STAACKCS

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